Rotina
Troquei os travesseiros de lugar esta noite e dormi de ponta-cabeça.A escova e a pasta já estavam separadas ao lado do chuveiro quando decidi acordar.
O café, já frio, desceu pela garganta enquanto folheava o jornal antes de partir.
Com o diário sob os braços, dei tchau à mãe enquanto brincava com as pastilhas para dor de garganta que ela tomou para esquecer dos arranhões que lhe tiravam o sono.
Soube que ronquei à noite.
Desci a rua de casa e peguei o primeiro trem, que passou logo após eu chegar à plataforma.
Entretido com o jornal, vi pouca coisa acontecer naquele intervalo de 40 minutos até a outra cidade.
Quando cheguei à estação, me aproximei da porta e fui atrapalhado por um homem sem as pernas equilibrado sobre um skate.
Caminhei, peguei o táxi e vim para este lugar, lotado de referências que eu não tinha até dois meses atrás. Sei que daqui a 40 dias irei quase jogá-las fora.
É da vida.
Ainda não almocei.
Tomei dois copos de café e belisquei algumas bolachas.
Até a noite, outras coisas vão acontecer. Resta saber a quem interessa contá-las.