Wednesday, November 21, 2007

Rio...

Escapar da solidão da janela e andar pelas ruas da ex-capital devolve o pouco de alma que resta. Passear por ruas com nomes de libertadores latinos, patinar nas calçadas enrugadas de pedras portuguesas, degustar de seus sorvetes de mil sabores compilados em um caneco gigante adaptado para a sua fome de sabor.
O meu Rio é assim, quase a cidade de encantos sobrevivendo na graça dos cobradores de ônibus e das crianças uniformizadas liberadas de pagar a passagem. Os velhinhos do cinema esperam o filme começar. Nada estranha a bermuda sobreviver ao gelo do ar condicionado da sala escura à espera do longa francês. Até na chuva a cidade não se esconde, ao oferecer suas vitrines, cafés e sucos. Talvez não guarde tristezas que já não escondo por aqui. Mesmo que a conversa da esquina lembre o diálogo das dez para as seis, TV ligada e a garotada recém-chegada no Projac desfilando aberrações zona sul. Talvez, quem sabe, ou não?
O meu Rio traz uma canção a cada esquina. Seus letreiros luminosos dão a esperança de um neón piscando, pedindo um refrão. Mas não sou músico ou homem de letras, e a cidade é menos cartão postal e mais meu espaço para deixar as bobagens evaporarem enquanto penso em qualquer coisa sobre a areia de um ponto entre a Glória e a Restinga, de Niterói a Itaguaí. Mesmo que eu não mergulhe, o sal da cidade já está em mim.

Labels:

Wednesday, November 07, 2007

Se tens algo a dizer...

Labels: