Sunday, November 19, 2006

Amor à causa

Essas moças desistiram. Caçam no colo daqueles que caçam no mesmo lado por não ver chão no sexo oposto. Elas querem alguém que as ouça, mesmo que sem dar ouvidos, sabe?
Minhas amigas falam, e eu tento entender _repetindo o mantra gerundiano do mundo livre s/a, ainda estou tentando entendê-las. Elas dão o ponto quando dizem o que não querem ver aqui do meu lado da equação masculina, a que não caga regras nem tem medo de ouvir não ou sim ou tanto faz quem sabe, e tento desvendar seus problemas por meio de meus segredos, que só abro ali, em meio delas, os horríveis que não são coisa de contar em bar de homem suado e cervejado. E gosto do retorno, quando elas param e pensam e ouvem o que você tem a dizer.
Chegar aos 30 anos com bons amigos, sem nem recorrer a partes pseudo-acolhedoras, é como ser personagem de sitcom: no fundo, você banca o teu lado solteiro e impõe que melhor é acolher ninguém que perceber de nada servir ter alguém do teu lado, além de um abraço carinhoso e tal. Desprovidos do sentimento narcisista e sem recorrer a vícios maniqueístas ou misóginos, a gente pode dar ouvidos e colo, passar a mão na cabeça e até dizer "eu te amo" _tudo isso num crescendo que independe de dosagem alcoólica. É amor à causa, meu chapa.

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