Saturday, November 04, 2006

Ah, mulherzinhas

Lá em Itaquera, ser mulherzinha independe do sexo. Mas geralmente são mulherzinhas as crianças que não lutam pelo que querem, caem no choro, e assim é fácil, né meu chapa. É um argumento bobo para deixar o menino com vergonha e ele não chorar novamente. Dá certo.
A diferença é que a gente cresceu, e aqui nesta terra, desculpa, mas você tem que ser agressivo _mas não tosco, mulambo, malandro. Tem que lutar por seu espaço. E mulherzinhas agora são mulheronas, moças sem coragem que se ocupam da falta do que fazer para desfiar reclamações, e por aí só o sol se perde e vai se pôr em outra lugar. Ah, mulherzinhas, deixem de reclamar!
Outro dia encontrei um amigo na rua, bronqueado de o parceiro reclamar feito uma mulherzinha em casa enquanto ele, de folga, vagava sem rumo pelas ruas perto de casa tentando entrar no contexto daquela situação _o povo aqui trabalha muito, folga pouco, sofre sempre, e nem sempre é bom. "Ah, gosto de homem porque homem não tem essa coisa de mulherzinha", disse o moço.
Olha, gosto mesmo é de mulher, de frescura de mulher, de cheiro de mulher, de choro com conteúdo. Mas não gosto de mulherzinha. Mulherzinha é vago, é choro sem sentido, daí vá vagar em outro lugar, que na minha vizinhança _e em todo o meu complexo, que inclui cabeça, coração, peito, pinto e pé e várias veias trazendo sangue para o meu abraço ser ainda mais apertado_ não tem espaço para essa gente que se mata para se sentir vítima, para dizer que você não presta.
Pois presto sim, mas não para meninas mulherzinhas gente que não anda sem rodinhas. Pronto.

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